As vindimas têm um sabor a prémio.
Mesmo quando a vindima é insatifatória o produtor entrega-se como se contasse com maior fortuna. Com as uvas cortadas e as fermentações a decorrer a todo o gás, quase podemos dizer que mais um ano agrícola passou. Mas mais nos esperam! Estes são o principio de muitos. Quando o outono levar a folha é com todo o afinco e empenho que as mãos do homem já moldadas á tesoura atiram-se á poda, á enxertia, á cava, ao sulfato, enxofre, desladroamento, e com dedicação cuidam da cultura que mais amam como se as vinhas tivessem dado vinho para as bodas de caná!
Com todo o respeito pelas senhoras, muitos homens há até que é mais insultuoso falar-lhe mal da vinha do que dizer que a sua mulher é feia, é uma vaidade e um orgulho trazer as vinhas bem cuidadas. As restantes culturas ficam sempre para segundo plano, mas ás videiras não pode faltar nada. É uma paixão desmedida que não tem preço!
As vindimas não são só prémios, existe sempre o reverso da medalha que muitas vezes tem um sabor mais amargo, há aqueles dias em que quase não se aquece a cama, as refeições deixam de ter hora marcada, o telefone e outros meios de comunicação quase desaparecem e apenas são lembrados quando alguma emergência acontece.
Desengane-se quem julga que o vinho já não é feito com sangue suor e lágrimas...
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